Tomaz se levanta da cadeira, batendo três vezes com o talher na taça de vinho.
- Boa noite minha querida familia Blanco. É bom ver todos vocês reunidos esse noite. Fico grato por aceitarem o meu singelo convite para essa confraternização. - O jovem um tanto pálido sorri e suspira.
- Informo a vocês, que dois de nosso amado povo tiveram de passar pelo fiar de Átropos. E dessa forma o ciclo deles não nos acompanhará mais. - Tomaz mantem o sorriso, porem de modo triste.
- Tesla, aquela que ajudou a tantos aqui presentes a entender pontos difíceis de nossas vidas. Aquela que me ensinou a plantar lírios, e vocês sabem o desastre até dar certo! - todos na mesa riem por dois segundos.
- Enfim. Minha Irmã. Aquela que tornou-se guardiã do conhecimento. - Suspira, retomando forças.
- Tesla está livre. Não possuindo mais um corpo. - um silencio respeitoso se estende.
- Iremos sentir falta dela. De seu sorriso. De seu modo de indagar. De suas provocações. De sua presença inspiradora. De sua alma Viva. ... Eu já sinto falta. - Tomaz fica com olhos lacrimejados, lembrando de momentos.
- E por ela, faremos uma festa de despedida. E vou pedir que convidem a Catarse, a todos os primos, irmãos e familiares que não puderam vir hoje. - boa parte assente com a cabeça. - E relembro que cada um deve trazer uma carta de despedida a nossa amada Irmã. - ouve-se algumas conversas na mesa, que param apos alguns segundos.
- Átropos cortou mais um fio. Daquele que abençoou esta Família. Daquele que ... - Tomaz para por uns segundos, respira fundo.
- Daquele que me apresentou como poderia ser mais. Daquele que me fez sua dita "obra-prima". - Tenta segurar as lagrimas, falhando.
- Daquele que nos amou, incondicionalmente. ... Dionísio. - Silencio, quebrado por um choro contido ou outro na mesa.
- Dionísio está livre. Não possuindo mais um corpo.
- Iremos sentir falta de ... puts! Tantas coisas! - Tomaz gesticula de um modo engraçado, alguns risos auxiliam o trabalho de continuar. Tomaz respira fundo novamente
- Iremos sentir falta de seu jeito. De suas palavras. De suas conclusões engraçadas. De modo protetor. De seu perfume. De seu modo de vestir. De seu modo de não se vestir. - mais risadas sadias - De suas mãos desastradas. De seu vinho. De suas festas. De suas Presença. De seu Carinho. De seu amor. - Tomaz respira aliviado.
- eu ... - Silencio na mesa.
- Eu não tenho palavras que consigam expressar a ausência dele. - O jovem perde o olhar por segundos.
- Quer que eu continue Filho? - Gregório, o pai mortal de Tomaz, coloca a mão sobre a mão de Tomaz na mesa.
- Não. Eu preciso terminar isso. - Gregório assente com orgulho.
- Dionísio não nos desculparia por dar a ele como despedida algo menos que a melhor festa da cidade. Por isso nesse carnaval, iremos fazer uma festa digna desse icone que tivemos o prazer de conhecer e viver proximos.
- Toda a catarse é convidada a fazer essa festa! - a comemoração na mesa.
- Preparem-se família. Pois teremos muitos primos e familiares que acabarão vindo, a casa vai ficar cheia!
- Será um prazer a família Blanco receber a todos mais uma vez! - Gregório fala com sua voz grave.
- Um brinde a Catarse! - Tomaz levanta a taça
- A CATARSE! - todos brindam a mesa.
O jantar continua, a banda toca, a comida é servida, pessoas voltam a dar risada. Tomaz volta a se perder em pensamentos. Sente-se satisfeito por terminar de falar. E algo lhe diz que é um bom modo de recomeçar. Que transformar o pensamento triste em uma festa seria aprovado por Dionísio. E isso apazigua seus demônios.
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